sábado, 28 de fevereiro de 2009

1º Arcuense na Lua!

Ventura, é o nosso primeiro conterrâneo a pisar a lua e deixa ficar lá a sua marca pessoal com a bandeira do município!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Faiança das Caldas.

É certo e sabido que a crise anda por aí, e ao que parece, veio para ficar mais um bocado. Quem sabe, pode até estar sentada a bebericar um cafezinho connosco, num “boteco” qualquer.

Cafés à parte, hoje lembrei-me de escrever sobre actividades que tendem a desaparecer com o tempo, do nosso “Portugalzinho” à beira mar plantado.

Veio-me à cabeça escrever então sobre a faiança das Caldas da Rainha, actividade secular, que vive os dias mais difíceis desde a sua existência.

Os profissionais da área, dizem que os chineses vieram “minar” o mercado todo com a mão-de-obra barata, outros afirmam que a culpa é da juventude que não quer agarrar a actividade e preferem procurar outras áreas de trabalho na sua emigração, outros falam mesmo que a culpa é do Euro, uma moeda que veio enfraquecer o poder de compra dos portugueses.

Pois bem, isto leva-me ao “problema” da globalização, e o facto de termos que nos tornar obrigatoriamente competitivos com o resto do mundo, pois caso contrário, não há soluções milagrosas, nem varinhas de condão, que permitam revitalizar actividades económicas claramente deficitárias e turbulentas comparativamente com o resto do mundo.

Longe vão os tempos em quem nos orientávamos unicamente para o mercado interno, e isso chegava para subsistir uma vida inteira! A nossa abertura a novos mercados, veio provar que os outros andam por aí para competir, quer seja pelo factor preço, qualidade, design, ou outro qualquer. A palavra de ordem é única: Competir!

Pois bem, a nossa Faiança das Caldas, que para já vai contar com a ajuda do Governo, terá que se transformar para não ser aniquilada. E que tristeza isso traria ao país!
Mas, por outro lado, os coleccionadores desta arte, poderiam ter uma óptica contraria…

Passo a explicar: Imagine-se o fim da faiança das Caldas. Os produtos entravam no seu ciclo de vida final, e começo já a imaginar os leilões do SAPO em que se licitavam os “caralhos das Caldas”, ou mesmo a ver anúncios no eBay em que se procuram artes de faiança do género: “I´m looking for Caralho das Caldas from Portugal!”.

A morte desta pequena indústria, poderia trazer também uma nova vertente deste género de produtos, que seria “o passar de geração em geração” um simples “Piçalho das Caldas de 50 cm de comprido” do Avó para o pai e deste para o filho, e assim sucessivamente.

Aliás, isto até nem é uma grande novidade, uma vez que surgiram algumas informações na redacção deste blog que o nosso Tiago Ventura, herdou já de seu pai, o tão ambicionado troféu de barro! Herdou mas numa condição muito especial: de este lhe poder oferecer um neto (rapaz), pois este objecto só é transmitido a pessoas do sexo masculino.

Partimos então para entrevistar Tiago na expectativa que este nos pudesse mostrar o Troféu.

Como sempre T. Ventura foi muito amável e prestável ao nos abrir a porta de sua casa.

Apesar de alguma renitência a principio em nos mostrar a relíquia, lá conseguimos que Tiago abrisse o seu cofre e desembrulhasse meticulosamente o objecto que guarda religiosamente, com medo de poder quebrar algum pedaço.

Finalmente já comovido, Tiago ergue o troféu e solta umas palavras abafadas com o nervosismo, “Tê-lo na minha mão, é um orgulho enorme, e já sonho com o dia em que o irei transmitir ao meu rapaz!”.



Daqui endossamos desde já o convite, para que nesse dia tão especial, Tiago nos permita fazer uma vídeo reportagem sobre o tema… Até lá resta-nos alcoviteirar por aí…